Rei Morto

Eu,
no exercício do poder que aqui me é dado,
comunico a todo povo em meu reinado
que a ninguém é permitido proibir;
comunico que, cansado desta vida,
abdico, e à palavra “proibida”
me concedo, só a mim mesmo, o “decidir”.

Comunico que, a favor de uma verdade,
é restrita a palavra “liberdade”
a quem livre já se tem como pessoa.
E entre todos os meus servos dedicados,
não conheço um só com tantos predicados,
fora eu, que já detenho essa coroa…

Como Rei, poderoso e auto-eleito,
cabe a mim decidir o que é direito
e também condenar a quem merece;
cabe a mim fazer uso dos poderes,
dividir entre vós os meus deveres
e ajudar para o fim de quem padece.

Ninguém mais ditará o que é proibido!
Já que o Rei aqui sou eu, só eu decido!
Decidido agora está e impera o imposto:
“No exercídio do poder que aqui me é dado,
me condeno a ser preso e fuzilado,
Rei morrer pra que um outro seja posto.”

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