Vão começar cortando nossas línguas5 minutos de leitura

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Houve um tempo em que jornalista era o profissional formado em Jornalismo. Era a pessoa responsável pela apuração, investigação e apresentação de notícias, reportagens, entrevistas ou distribuição de notícias ou outra informação de interesse coletivo.

Uma de minhas filhas formou-se em Jornalismo, pela USP, e hoje não exerce mais aquela profissão, até porque atualmente qualquer pessoa pode se autointitular jornalista sem precisar de curso superior ou qualquer outra formação profissional. Tudo graças à internet, segundo afirmam alguns.

A frase “a internet deu voz aos imbecis” ganhou fama depois de ser pronunciada por Alexandre de Morais quando o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva já não escondia seu desejo de calar toda e qualquer pessoa que quisesse falar mal dele ou de seus governos, porém, se você pesquisar essa frase no “reduto dos imbecis”, descobrirá que Umberto Eco, falecido em 2016, já fazia a mesma afirmação quando disse “o drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”.

Mas, convenhamos, “não é porque a internet deu voz aos imbecis que você tem que dar ouvidos” (site Pensador). E mais: há imbecis que se manifestam diariamente em todos os meios de comunicação, assim como há nos Três Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – e acham que nós somos obrigados a ouvi-los e a lhes dar crédito.

A fome e a vontade de comer

Desde que Bolsonaro foi eleito ficou evidente a união daqueles que se viram prejudicados por suas decisões, especialmente aqueles que perderam suas “boquinhas”, como a Rede Globo, por exemplo, com um objetivo comum, derrubá-lo antes que fosse impossível cumprir o que prediziam José Dirceu e Luiz Roberto Barroso: “Tomar o poder não é a mesma coisa que vencer uma eleição”.

Lula foi levado à Presidência com anseio de vingança, mandando desfazer tudo que seu antecessor havia feito. E seu ódio por aquele que mais inveja se estende a todos que apoiam ou apoiaram Bolsonaro, a ponto de fazê-lo declarar “nós vencemos Bolsonaro, mas ainda não vencemos o bolsonarismo, mas vamos vencê-lo, nós vamos ser muito duros com eles”.

O embate que se travou entre o ex-Presidente e o Ministro Alexandre de Morais passou a ser a razão de viver do magistrado, que cultivou pelo seu oponente um sentimento muito similar ao de Lula, o que o inspirou a criar o que o ex-Ministro Marco Aurélio Mello chamou de “inquérito do fim do mundo”, por ser absurdo. Uma verdadeira perseguição aos apoiadores de Bolsonaro. Essa foi a semente para a criação do PL 2630 (barrado pelos deputados), remetendo-o ao PL 2730 – de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) –, visando calar o povo, inviabilizando com a lei a permanência das bigtechs no Brasil, pois estas não terão condições de se manter sendo obrigadas a remunerar as fontes das notícias, quais sejam, as grandes mídias que estão caminhando para a falência (leia-se Rede Globo).

A Agência Brasil publicou um artigo com o título “Entenda o projeto que pode remunerar o jornalismo em plataformas“, por Ludmilla Souza, que traz um “esclarecimento” (quase poético) do que é considerado jornalismo: “o conteúdo de cunho eminentemente informativo, que trata de fatos, opiniões, eventos e acontecimentos, em geral de interesse público, independentemente do tipo ou formato, observados os princípios e padrões éticos de conduta no exercício da atividade de jornalismo“.

O deputado Gustavo Gayer, entretanto, nos mostra o que devemos esperar caso o projeto de lei venha a ser aprovado no Congresso, o que é muito provável. E ele explica porquê.

Não é possível provar – claro –, mas é fácil deduzir que o governo pretende salvar a Globo, recompensando-a pelo apoio que a emissora vem dando ao governo atual desde 2019, pelo menos, depois que Bolsonaro declarou que cortaria a verba bilionária que era destinada àquela rede de TV. Ninguém se esqueceu da forma vergonhosa como William Bonner e Renata Vasconcelos conduziram as entrevistas dos dois principais candidatos à Presidência. Predileção escancarada.

O óbvio previsível se torna realidade

A implantação de um sistema autoritário está em curso para realizar um sonho de Lula que já dura quarenta anos. Ele não apenas defende o sistema vigente na China como afirmou que seria ideal implementá-lo no Brasil.

A exigência da liberação de duzentos bilhões de reais, antes de sua posse, já indicava com clareza sua intenção de comprar o apoio de parlamentares a fim de ter aprovadas todas as suas propostas. E agora o governo diz que precisará de mais 150 bilhões para conseguir fechar as contas em 2024, mirando, mais uma vez, no cancelamento da privatização da Eletrobras, uma de suas maiores fontes de dinheiro, a despeito da dívida gerada por aquela empresa.

Se o governo não produz nada, só tira dos outros, de onde você imagina que eles vão tirar 150 bilhões de reais?

E vão dizer que tudo isso é culpa do Bolsonaro.

 

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