Vamos falar do amanhã?11 minutos de leitura

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As eleições de 2022 serão lembradas pela História, não tanto pelo evento em si, mas, por todos os acontecimentos que nos últimos 45 meses nos  trouxeram a este momento de dúvidas e incertezas sobre o que podem ser os próximos dias de nossas vidas.

Faço parte de um grupo de WhatsApp cuja proposta seria a discussão de políticas públicas  relativas à cidade onde moro. Dele participam quase 160 pessoas de diversas profissões e com preferências políticas distintas, polarizadas e, às vezes, extremas, esforçando-se quando podem para conter os ânimos diante dos ataques por vezes exagerados dos mais apaixonados por seus ídolos. Assim, em face do momento que vivemos, o foco original deu lugar às discussões e provocações dos torcedores que se deixam cegar pelo entusiasmo de ver a vitória de seu escolhido. Por ser considerado um tópico de importância, isso foi permitido pelos administradores.

O que me desaponta é perceber que, em vez de argumentos, boa parte dos que se deixam levar por essa contenda trocam alfinetadas e ofensas, atribuindo adjetivos a seus candidatos, nem sempre merecidos, sem levar em conta as possibilidades que cada um deles oferece. E isso me preocupa, e muito, pois é evidente que estão embriagados pelas falsas promessas que os fazem sonhar com dias melhores.

Sim, é claro que diante do cenário atual, tenho preferência por um dos lados. E devido às circunstâncias, a omissão não é uma opção, já que deixar de escolher um lado é permitir que o escolham por mim, obrigando-me a aceitar o que não desejo. Sendo assim, proponho uma “conversa de gente grande” àqueles que chegaram até aqui.

Do fim para o começo

Comecemos pelo quadro criado pelos resultados das urnas no último domingo. Para facilitar o acompanhamento do raciocínio, disponibilizei um mapa. Ali estão divididos os estados brasileiros de acordo com a vitória de cada um dos dois candidatos à Presidência: os de cor vermelha apontam a vitória de Lula; os de cor azul, a vitória de Bolsonaro. Clique aqui para abrir o mapa em nova janela.

Estados de cor vermelha

  • No Amazonas, o governador eleito é do União Brasil e o Senador é do PL. Nenhum dos dois partidos apoia o Lula;
  • No Tocantins, o novo governador é do Republicanos – partido do candidato ao governo de São Paulo que tem o apoio de Bolsonaro – e a Senadora é do União Brasil;
  • No Rio Grande do Norte, o governador eleito é do PT e, em contraste, o Senador é do PL, ex-ministro de Bolsonaro;
  • O caso mais gritante, no entanto, é o de Minas Gerais, onde o governador Zema (NOVO) foi reeleito, o Senador é do PSC e apoia Bolsonaro, e o deputado federal mais votado do Brasil é Nikolas Ferreira, do PL, e apesar disso, Lula teve mais votos. Será?

Lula aparece em vantagem em 14 estados enquanto Bolsonaro obteve vitória em apenas 12, além do Distrito Federal.

Do total de 156.349.333 votantes, os estados em vermelho somam 44,55% (69.648.996 eleitores) e os estados em azul representam 55,08% (86.111.904 eleitores). Todavia, o percentual de abstenções foi de 20,95% (aproximadamente 32.755.185 votantes), e o número de votos nulos e brancos alcançou a marca de 4,41%, ou cerca de 6.895.006 eleitores. Ou seja, quase quarenta milhões de eleitores abdicaram do seu direito de escolher seu futuro.

A conta não bate

Considerando o número de votos dos candidatos que disputarão o segundo turno mais as abstenções, os brancos e nulos chegaremos ao total de 154.876.835, uma diferença de 1,36% a menos em relação ao número oficial de eleitores. Fica a pergunta: onde foi parar o mais de um milhão de eleitores que não aparecem em lugar algum?

Errata: O parágrafo acima foi anulado porque não representa a realidade.

Ainda que desconsideremos as denúncias de problemas registrados nas urnas eletrônicas, cujo número é pequeno, e acreditemos que o sistema eleitoral é perfeito e inviolável, é difícil explicar por que, por exemplo, em Minas Gerais foram eleitos com votação expressiva o governador (6.094.136 votos), o senador (4.268.193 votos) e um deputado federal (o mais votado do Brasil, com 1.492.047 votos), todos do lado oposto de Lula, e aquele candidato recebeu 6.187.175 de votos a mais que seu oponente, sendo que o colégio eleitoral daquele estado tem 16.890 votantes. E mais, se aplicarmos a média de abstenções, nulos e brancos (20,95%), concluímos que mais de 3,5 milhões de votos seriam inválidos. Como fechar essa conta?

Votos por Estado

Fonte: Globo (https://infograficos.oglobo.globo.com/politica/eleicoes-2022/mapa-votacao-municipios-e-estados-do-brasil.html#/presidente?desempenho=geral)

A tabela acima mostra os votos por estado, e correspondem à vitória de cada um dos candidatos à Presidência. Isto merece nossa atenção. A soma de votos válidos é de 62.242.262. A quantidade de votos para Lula corresponde a 48,51% desse total, e os votos para Bolsonaro correspondem a 51,49%. Embora o percentual médio dos candidatos indique 59,83% para Lula e 56,17% para Bolsonaro, de acordo com a Matemática, Bolsonaro teve mais votos, o que já seria suficiente para garantir sua vitória em primeiro turno. Ou não?

Erramos: A soma de votos válidos é de pouco mais de 117.930.000 e Bolsonaro não teve mais votos que Lula. Os percentuais divulgados, de 48,43% para Lula e 43,20% para Bolsonaro são corretos.

O que corre nas redes sociais

Apesar de serem consideradas fake news por um determinado grupo, são muitas as postagens sobre a suposta fraude alardeada antes das eleições. Uma dessas postagens exibe a evolução dos votos na apuração e sugere que foi aplicado um algoritmo para alterar o quadro a cada 12% da contagem.

Eleitores favoráveis ao candidato Lula zombam dessa possibilidade, apesar da lógica plausível, e alegam que os “inconformados estão viajando na maionese”; não aceitam que tenha havido fraude.

Por outro lado, uma pessoa bem próxima de mim, bolsonarista convicta, afirma que isso não passa de teoria da conspiração. Entretanto, não existe uma explicação lógica para o que aconteceu em Minas Gerais.

Apesar das suspeitas – não provadas –, nada poderá justificar a preferência por Lula se todos os que acreditam em Bolsonaro comparecerem às urnas no dia 30 de outubro e votarem! Não deixe de votar, não permita que os outros escolham o seu destino!

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