Um motivo a mais para viver7 minutos de leitura

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Há seis anos e meio, publiquei neste blog uma postagem com o título “A doçura de Mel“. Contei ali sobre a chegada de nossa peluda companheira, visivelmente maltratada, mas doce e carinhosa, cujo comportamento nos surpreendeu. Nesse tempo, foram poucos os momentos de preocupação, exceto em duas oportunidades: a primeira delas no período pós-cirúrgico, quando foi castrada; o segundo, quando ela começou a mostrar sintomas da doença do carrapato, exigindo cuidados especiais.

Quem ama animais sabe que todos os momentos com eles nos pedem cuidados especiais. Cuidamos de sua saúde, de seu bem-estar, da limpeza dos ambientes por onde passam e vivem, de seus objetos, de sua proteção. E aceitamos o fato de nem todos gostarem da forma como cuidamos deles, mas, se forem destratados, que essas pessoas não esperem de nós uma boa reação.

Respeito os tutores que se colocam, exageradamente talvez, como “pais” de seus animais de estimação, e também os que promovem campanhas de proteção e doação de animais como se os valorizassem mais que aos humanos. Eles são muitas vezes criticados porque não demonstram tanto empenho pela adoção de crianças, mas isso não significa que não se importem. A verdade é que quem decide pela adoção de crianças geralmente o faz por não poder tê-las pelos meios naturais, e quem adota um animal é porque já o ama antes disso.

São muitas as diferenças. Quem adota uma criança prefere pegá-la ainda pequena, escolhe o sexo, a cor da pele, a origem… Tentará conquistá-la com o tempo.

Falando especificamente sobre cães, são eles que nos escolhem. Podem estar num canil, numa feira de doações ou até mesmo na rua. Quando percebemos uma “simpatia mútua”, não nos importamos com seu porte, raça, pelagem, idade, origem ou qualquer outro detalhe. Sabemos que nossos sentimentos criarão um elo muito mais forte e, por vezes, mais sincero que os laços de amizade com outras pessoas.

Tem espaço aí?

Mel conquistou a todos rapidamente. Criamos uma rotina diária que incluía um passeio no início da noite, percorrendo quase sempre o mesmo trajeto.

Pedrinho: das ruas para o meu coração

Eis que certa vez nos deparamos com outro cachorro muito dócil, um cão comunitário conhecido como Pedrinho. Ele ficava feliz quando nos via, e nos acompanhava até a porta de casa. Eu tinha que detê-lo para que não entrasse conosco, pois sabia que se o recebesse a reação da “dona da pensão” não seria boa. Àquela altura eu já havia sido conquistado, me acostumara a ter sua companhia e resistia à sugestão de nossa amiga Cláudia, que o alimentava. “Depois de castrado ele ficará mais calmo“, dizia. De fato, ele era um cão bem agitado, corria atrás de carros e motos, gostava de caçar bichos menores, era desobediente e brincalhão.

Água mole em pedra dura… Acabei decidindo por enviá-lo para a castração, sabendo que seria necessário assisti-lo durante as duas semanas seguintes e que isso teria que ser feito por mim, em minha casa, e que implicaria despesas extras. Banho, tosa, veterinária, colar, medicamentos e cuidados especiais. Pouparei os detalhes sobre o trabalho que deu quando arrancou os pontos. Foi punk! E assim, ele foi ficando, ficando… e ficou.

Amor de verdade

Mel e Pedrinho são como irmãos, sendo ela a que faz o papel de mãezona. Cada um com sua travessa de ração, e ai dele se tentar comer do que for dado a ela.

Todas as noites, Mel espera por mim na porta da cozinha, até que eu sirva a última refeição. Depois, os dois vão para o cantinho deles e aguardam pelos dez minutos de carinho e a oração da noite, quando agradecemos por tudo que temos e vivemos juntos. São como duas crianças obedientes.

Os benefícios dessa adoção

Os benefícios de adotar animais são muitos e já foram divulgados por diversos sites e outras mídias, valorizando a economia – por adotá-los ao invés de comprá-los –, a adaptação deles em menor tempo, a maior resistência dos animais de rua, a redução dos abandonados nas ruas, o fato de o temperamento do animal já estar definido, o aumento da segurança para o dono, o amor, a fidelidade e a gratidão… Há outros benefícios também considerados:

  • Redução do estresse: estudo feito pela Universidade Estadual de Nova York, mostrou que os bichos de estimação são ótimas companhias para combater o estresse, pois eles ajudam a quebrar sua rotina;
  • Ajuda a diminuir a depressão: ter um animal é uma excelente maneira de ajudar pessoas com depressão, pois a essa convivência reduz a sensação de solidão, a ansiedade e melhora o bom humor;
  • Cães ajudam a detectar câncer: eles podem ser úteis tanto para donos como para médicos na hora de detectar câncer em diversas áreas do corpo, como pele, bexiga, pulmão, mama, ovário e colo;
  • Ajudam no emagrecimento: o ato de passear com o seu cão, pode ajudar muito você para manter ou perder peso, além de diminuir a probabilidade de obesidade;
  • Os bichinhos fazem bem para o coração: os pets podem ajudar o coração dos donos, muito além apenas do amor, estudos apontam que criar um bicho em casa ajuda a reduzir a pressão sanguínea, o colesterol e o nível de triglicérides e consequentemente a evitar ataques cardíacos.

O fato é que meus companheiros, Mel e Pedrinho, são, de fato, grandes companheiros. Eles demonstram a todo momento que sou, para eles, a pessoa mais importante do mundo. Logo, defendê-los é uma atitude natural.

Só quem sabe quão ruim é para eles os fogos de artifício e os trovões mais fortes entenderão minha repulsa por afirmações do tipo “é só um cachorro”. Não, não são só cachorros. São meus amigos, meus fiéis companheiros de todas as horas, criaturas sem ódio, sem ressentimentos, prontas para me defender diante de qualquer perigo.

Mexeu com eles, mexeu comigo!

O Pedrinho não gosta de motos e de carros barulhentos. Se você anda de moto, passe em alta velocidade, caso contrário, ele procurará morder você. Sinto muito, isso faz parte do instinto dele.

Nota (09/12/2023): Pedrinho modificou bastante seu comportamento, está mais carente, mais quieto e mais obediente quando em casa. Na rua, sozinho, continua travesso, perseguindo carros, motos e bicicletas, mas quando recebe carinho é como se nada mais existisse, fica como uma estátua.

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