Turma de cima vs. turma de baixo7 minutos de leitura

0
86

É deprimente assistir aos noticiários e ver que o Brasil tem sido conduzido de maneira imprópria e que não há adultos capazes de conter o mau comportamento de elementos mimados e mal educados que se pegam como adolescentes nas portas de escolas por motivos fúteis. Isso me faz lembrar dos meus tempos daquela fase em que os meninos invejosos decidiam “expulsar da turma” os que se sobressaíam por algum diferencial, fosse por fazer mais sucesso com as meninas, por ser um craque das peladas de futebol, por tocar um instrumento, ou qualquer outra coisa que os incomodasse.

Te espero na saída! – Diziam no recreio escolar, babando de ódio, desejosos de destroçar o “inimigo”.

Muitas vezes, os colegas ficavam para assistir as brigas. Não torciam por ninguém, sua satisfação era apenas presenciar a luta, para ter assunto nos dias seguintes. E viam aquilo com um largo sorriso no rosto, apreciando cada soco, cada chute, ou cada mordida ou puxão de cabelos, já que de vez em quando até as meninas se deixavam levar, na maioria das vezes por ciúme ou inveja.

As brigas aconteciam inclusive entre irmãos, quase sempre em disputas por um brinquedo.

Enfim, desde o início da História os humanos se digladiam por motivos vários, todos motivados por egoísmo, porque um dos indivíduos se acha mais merecedor que aquele que fez por merecer ou foi favorecido por alguma razão.

Esse comportamento, no entanto, costuma dar lugar ao equilíbrio com o passar do tempo. A vida adulta nos traz outras responsabilidades, amplia nosso universo de convivência e nos mostra que é preciso preservá-lo para que todos vivamos em harmonia, ainda que isso nos custe algum sacrifício. Aprendemos a tolerar certas coisas que preferiríamos evitar, cientes de que sem paz nossas vidas seriam um inferno.

Os aborrecentes

O que assistimos hoje no âmbito político não é diferente das brigas da adolescência. É uma disputa de egos que se espalha entre os políticos e contagia boa parte da torcida, ao ponto de alguém disparar ofensas contra quem tenha feito um comentário antagônico ao seu modo de pensar, como se as opiniões não pudessem ser contraditórias. Estão querendo enterrar o ditado que pergunta “o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?“.

Bons exemplos dessa birra sem sentido são os ministros do STF que não escondem sua ânsia pela derrubada de Bolsonaro, com destaque para Luis Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes – não necessariamente nesta ordem –, que insistem em provocar o sistema, recusando-se a seguir o que manda a Constituição Federal.

Barroso e Fachin insistem em afirmar que o sistema eleitoral é totalmente confiável, mais perfeito que o sistema da NASA, que já foi invadido por hackers, e Moraes parece ter complexo de rei (na barriga), volta e meia criando inquéritos contra o Presidente. Eles e os demais ministros nomeados pelo PT estão sempre impondo prazos para apresentação de explicações, como se fossem patrões de Bolsonaro.

Não se trata de questionar o direito que têm de fazê-lo, mas o abuso é evidente. É birra.

Fazem parte da torcida deles os ministros Ricardo Lewadowski, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmen Lúcia e Luiz Fux, enquanto Kassio Nunes Marques e André Mendonça adotam uma postura quase silenciosa, talvez por perceberem a força que uma turma poderia vencer um infeliz solitário que se atreve a enfrentá-la nessa disputa onde as regras foram abandonadas. Típico das briguinhas de adolescentes. Vale tudo, até chute nas partes baixas, e que se danem as consequências.

A realidade que não querem ver

Inflamados torcedores que são, os brasileiros que valorizam o supérfluo e não enxergam além da ponta dos dedões dos pés, se colocam em defesa de seu time predileto – a turma de cima ou a turma de baixo –, logo começam a destruir as arquibancadas e procuram porretes para aniquilar a torcida oponente. Aí o pau come solto, querem ver sangue! Não percebem que estão destruindo o que desejarão usar de novo num futuro não muito distante e não medem o mal que estão causando a seus semelhantes, familiares, amigos… Não são bons exemplos para ninguém.

Vejo pessoas (que eu já tive em bom conceito) agindo assim nas redes sociais, e percebo que, em vez de publicarem argumentos coerentes para justificar seus pontos de vista, apenas criticam e xingam, com ódio, os que conseguem fazê-lo sem nenhuma provocação. São poucas, felizmente, e as noto porque trocam curtidas, satisfazendo-se mutuamente com um número inexpressivo de apoiadores.

— Ebaa, ganhei uma curtida!!! – Reage o infeliz.

Assim como nas guerras, penso que essas disputas pessoais deveriam ser resolvidas no mano-a-mano, sem sacrificar quem nunca pediu para ser sacrificado. Que se estapeiem, mas antes tenham a decência de se sentar e apresentar seus argumentos, e tenham humildade para reconhecer o que for melhor para o Brasil, não para eles próprios.

Quanto aos torcedores fanáticos (de qualquer lado), eu recomendaria prudência. Ofender e criticar não mostra competência ou capacidade de ser útil. Toda acusação exige provas, e toda moeda tem dois lados. Posturas radicais não garantem fama para ninguém, a boa fama decorre do que a pessoa é e faz e pode ser benéfico para as demais. Os frustrados devem olhar antes para si mesmos e corrigir seus próprios erros para acertar o rumo em direção às suas metas pessoais. Os outros não são responsáveis pela felicidade de cada um.

Conte até 10 antes de explodir


“O estado de São Paulo aderiu nesta segunda-feira (27/05/2013) à campanha Conte até 10. Idealizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), a iniciativa tem como objetivo estimular a reflexão sobre homicídios que aconteceram por motivos fúteis.

Brigas de trânsito, discussões entre vizinhos, desentendimentos em bares foram algumas das razões para quase 50% dos assassinatos em alguns estados do país nos anos de 2011 e 2012.”

Devemos atenuar os ânimos e contribuir para que o Brasil não se transforme num país onde a vida seja mais difícil. Olhemos em volta. Mais de 26 mil argentinos e quase 90 mil chilenos já abandonaram tudo para buscar em outros países melhores condições de vida. Milhares de venezuelanos vieram para o Brasil para fugir do regime imposto por Nicolás Maduro; cubanos (inclusive do programa Mais Médicos), decidiram não retornar ao país de origem, abrindo mão do convívio com suas famílias. Se isso não é um sinal claro de que podemos acabar como eles se escolhermos o candidato errado em outubro próximo, o que seria?

Calma. A campanha eleitoral começará oficialmente no próximo dia 16. Arrefeçamos nossos impulsos e acompanhemos os FATOS. Teremos 46 dias para observar o que dizem os candidatos, lembrando que não são apenas dois. Espera-se que pelo menos um deles tenha alguma coisa que valha a pena ser ouvida e considerada.

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Como você achou esse post útil...

Sigam nossas mídias sociais

Lamentamos que este post não tenha sido útil para você!

Vamos melhorar este post!

Diga-nos, como podemos melhorar este post?