Principais dificuldades
A coleta do lixo reciclável tem sido um obstáculo para a cooperativa isabelense, especialmente pela necessidade de manutenção do principal veículo, devido ao custo elevado da conservação em relação ao que é arrecadado. O serviço de coleta de lixo comum é terceirizado, com recursos limitados, inviabilizando, ao menos por enquanto, sua participação na coleta seletiva.
Há que se considerar, no entanto que, se o processo de reciclagem for contínuo e completo, a arrecadação será maior. Isso envolve a coleta, a triagem, a seleção de materiais aproveitáveis, o envio das sobras aos destinos corretos, a transformação do que ficar e a oferta dos produtos finais para venda, o que exige, além do transporte, um local para armazenamento, triagem, seleção e distribuição.
Estrutura, organização e logística são conhecimentos fundamentais para que o processo funcione satisfatoriamente. Convênios seriam muito convenientes, portanto, a capacidade de identificação e negociação com parceiros é fundamental e pode ultrapassar os limites geográficos da cidade.
Restrições fiscais
Os governos, especialmente nos âmbitos municipal e federal, visam enfaticamente à arrecadação, desestimulando a livre iniciativa, onerando-a sem levar em conta a necessidade de subsistência daqueles que não têm outra opção honesta para se alimentar e abrigar, e, muitas vezes, preferem recolher ou socorrer os necessitados, oferecendo-lhes migalhas ao invés de permitir atividades que lhe garantiriam mais dignidade, ainda que por um período suficiente para sua estabilização. A flexibilidade do setor público é um fator essencial para combater a situação dos desempregados e dos sem especialização.
Processos de transformação
Parte do material reciclável pode ser aproveitada localmente com orientação aos artesãos (madeira, corda, alguns metais, embalagens, papel, papelão, couro, tecido e outros) sem exigir ferramentas e equipamentos sofisticados. Todavia, a eventual granulação de plásticos, moagem de vidro, fundição de metais, restauração de madeiras e derivados e outros processos mais sofisticados não serão possíveis sem investimentos (ou parcerias) e têm como objetivo o reaproveitamento dos materiais como matérias-primas para indústrias.
Divulgação e comercialização
A proposta de José considera o uso da tecnologia: uma loja virtual de uso coletivo, na qual os itens seriam distribuídos em categorias, com identificação dos vendedores, a exemplo de outras já existentes, que cobram pelas participações, como a Elo 7, um alcance muito maior. Além disso, feiras e exposições seriam promovidas, principalmente em datas de maior fluxo de turistas, disponibilizando catálogos de produtos não produzidos em série, mas por encomenda.
Como atrativos e meios de divulgação, a cidade poderia reservar locais para exposição e uso de móveis confeccionados com pallets (que podem ser doados por indústrias e transportadoras), áreas de descanso (conhecidas como parklets), palcos móveis, cachepots e floreiras, enfim, tudo que a criatividade pudesse produzir e fosse útil também para o município.
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