Era uma vez uma cidade parada no tempo. Apesar de sua excelente localização, com fácil acesso a várias regiões, ela, que um dia havia estado à frente de muitas de suas vizinhas, estagnou-se, permitindo que à sua volta outras cidades, até mesmo as menores, lhe roubassem o prestígio. Embora sua população tivesse crescido, a cidade não oferecia muitas oportunidades para o crescimento econômico de quem vivia ali, visto que era limitada por uma lei de proteção ambiental, a fim de preservar suas riquezas hídricas. O último censo apontava que menos de um terço de sua população tinha alguma ocupação; a exploração de sua agricultura era feita por famílias proprietárias e a economia era mantida pelo setor industrial, bem limitado, por estabelecimentos de comércio e serviços, com pouca oferta de empregos, a maior parte com baixa remuneração.
Diziam os habitantes daquela cidade que ela era turística, no entanto, eram pouquíssimos os pontos de visitação pública gratuita, e mal conservados. O “turismo” era promovido por estabelecimentos particulares que, em boa parte, evitava sua regularização para evitar a cobrança de taxas e impostos.
A topografia também não ajudava muito, era cheia de ladeiras, o que encarecia as construções. Por isso muitos imóveis ficavam sem os devidos cuidados, alguns deles até sem acabamento, assemelhando o cenário a favelas.
Como a população não era tão pequena, o que mais se produzia ali era lixo. Afinal, é o que mais produzimos naturalmente, consumindo produtos e descartando suas embalagens e restos.
Eis que um dia, contudo, um cidadão interessado levou à comunidade a proposta de reaproveitar todo o lixo. Ele havia lido uma frase atribuída a Antoine Lavoisier que dizia: “Na Natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma“, e acreditava que o lixo poderia ser reutilizado, desde que fosse descartado de forma inteligente, gerando riqueza para todos.
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