Posicionamento político7 minutos de leitura

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Ao observar a política nos dias atuais, imagino Ruy Barbosa levantando-se do túmulo e revalidando uma de suas frases mais famosas, senão a mais famosa, com um sonoro “Eu não disse?

De fato, desde aquela época, e até hoje, muitos de nós têm mostrado vergonha de ser honestos, estão desanimados da virtude, e riem da honra, impotentes, vendo que as nulidades prosseguem triunfando, a desonra prospera como nunca e a injustiça se revela sem um pingo de vergonha por meio daqueles que têm por função defender a Justiça. Por isso a política tem se mostrado um antro de maus caracteres.

O que fazer para melhorar a política?

Já ouvi de muitas pessoas que a política é o que é porque os honestos não têm estômago para se apresentar como candidatos, não sabem mentir ou fazer promessas impossíveis, ou são sufocados pela maioria leviana e corrupta que apela para uma carreira política com objetivos pessoais. Quem não faz parte do esquema é isolado e silenciado. Além disso, para se tornarem candidatos precisam se filiar a um partido com pelo menos seis meses de antecedência do período de inscrição e ter a “sorte” de contar com um “cartucho” para serem escolhidos em convenção pelos demais membros.

Pior que isso é que, sendo um candidato, precisará investir muito dinheiro (e tempo), antes e durante a campanha, para ser conhecido, já que (a maioria) nunca fez nada antes para mostrar seu interesse pela coletividade. Terá que ser uma sombra adicional do candidato majoritário em todas as oportunidades possíveis, declarar seu apoio a ele e endossar seus discursos mentirosos.

E por falar em discursos, havemos de convir que são péssimos. Todos falam em melhorar a educação, a saúde, a segurança, o mercado de trabalho, como se fossem mágicos ou Presidentes da República totalmente independentes, que – diga-se de passagem – também não costumam cumprir suas promessas de campanha.

O primeiro passo

Simulando uma possível candidatura, a primeira coisa que fiz foi responder a um questionário para definir meu posicionamento político. “Ah, sou de direita”, eu afirmaria sem medo de errar, partindo da premissa de que sendo contrário à esquerda, eu só poderia ser de direita. E vamos esquecer essa bobagem de extrema direita. Isso é apenas uma forma que a esquerda usa para classificar todos os que a contestam. Basta ser um opositor para ser chamado de extremista de direita. Outra asneira é afirmar que só os ricos são de direita e só os pobres são de esquerda.

Pois bem, depois de responder um grande número de questões, o resultado foi o seguinte:

Segundo a pesquisa, o partido com o qual eu mais me identificaria (em tese) seria o PSC – Partido Social Cristão (79% de afinidade), que foi absorvido pelo Podemos, o que me deixou meio desanimado. O segundo partido seria o NOVO (do qual já fui filiado), ao lado do Patriota, ambos com 76% de afinidade. Descartei o Patriota por conter em sua definição a palavra “protecionismo”. Sou a favor da proteção da liberdade, exceto para os bandidos. No mais, defendo a ideia de formar cidadãos que sejam capazes de se defender por si mesmos.

— Prefiro viver com auxílios a trabalhar. Adoro não fazer nada.

Não foi surpresa verificar que o grau de identificação com partidos de esquerda era baixo: 34% com o Solidariedade e com o PTB – Partido Trabalhista Brasileiro; 32% com o Cidadania; 30% com o Partido Verde; 27% com o PDT – Partido Democrático Trabalhista; 25% com o PT – Partido dos Trabalhadores; e cada vez menos com os demais que seguem na mesma direção. Na minha opinião, com base no que observo, os partidos que contêm a palavra “trabalhista” são meio avessos ao trabalho, gostam mesmo é de ser sustentados por alguém que realmente trabalha.

Os vereadores de Santa Isabel eleitos em 2020

Os quinze vereadores de Santa Isabel se distribuem entre os seguintes partidos: são 4 vereadores do PL – Partido Liberal, 3 do PSD – Partido Social Democrático, 2 do PRTB – Partido Renovador Trabalhista Brasileiro, 1 do PSB – Partido Socialista Brasileiro, 1 do PDT – Partido Democrático Trabalhista, 1 do Podemos, 1 do PV – Partido Verde, 1 do União Brasil e 1 do Patriota. Para ver as imagens, clique em “Mostrar mais”, abaixo:

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O que fazem os vereadores?

Acompanho o desempenho dos vereadores, e vejo que a atuação deles é bastante limitada (minha opinião). Em sua maioria, suas solicitações resumem-se a pedidos como:

  • Troca de lâmpadas em postes
  • Tapagem de buracos
  • Instalação de lombadas / redutores de velocidade / semáforos
  • Serviços de manutenção de ruas, pontes e estradas sem calçamento
  • Pintura de sinalização de trânsito e faixas de pedestres
  • Limpeza, serviços de capina, poda de árvores
  • Moções de aplauso
  • outros semelhantes.

Ou seja, os 15 vereadores recebem, cada um, um salário mensal de pouco mais de seis mil reais (quinze mil reais a partir de 2024) para comparecerem uma vez por semana à Câmara Municipal e indicar providências solicitadas pela população, que cabem à Secretaria de Serviços Municipais, portanto, à prefeitura, e não deveriam precisar de lembretes. Sem contar as verbas adicionais, a remuneração de assessores, as diárias e despesas de viagens, reposição de custos de alimentação e outras cositas más, o município gastará no mínimo três milhões de reais por ano para que a Câmara Municipal faça o que poderia ser feito por meio de um departamento de relações comunitárias que atendesse diretamente o público e distribuísse às secretarias suas reivindicações.

Esse dinheiro poderia ser aplicado em reurbanização, infraestrutura, reorganização do trânsito, atendimento médico, implantação de um plano de turismo, criação de novas áreas de convivência, implementação da guarda municipal e outras necessidades que têm sido desprezadas.

Embora a legislação permita, quinze vereadores é um exagero para uma cidade como Santa Isabel, levando em conta que a população urbana (que mais recorre aos vereadores) é, no máximo, um terço da população do município. Seis vereadores poderiam ser dispensados e não fariam a menor falta. E, considerando o salário médio local, seus salários poderiam permanecer como estão, o que já é muito.

De repente, você pode ser essa andorinha. Arrisque-se! Não? Se você não se arriscar, outros se arriscarão! E, cansado de assistir à mesmice, começo a pensar que eu devo me arriscar.

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