Nos últimos 12 meses, o etanol já sofreu um aumento de 67%; a gasolina, 42%; o diesel, 41%; e o GNV, 39,5%. A culpa é do Bolsonaro, dirão alguns de memória e visão curtas, alienados e mal informados. Vejamos: Michel Temer foi Presidente do Brasil de 31 de agosto de 2016 a 1º de janeiro de 2019, e em seu governo os preços dos combustíveis também subiram, conforme mostram os gráficos:
Ora, mas o problema não são apenas os combustíveis! Tudo está muito mais caro e, só para rimar, “a culpa é do Bolsonaro!“. Será mesmo?
Esclareço mais uma vez que não sou um ferrenho defensor do atual Presidente, não faço jus aos rótulos “bolsonarista”, “bolsominion” ou qualquer outro que pretendam equivocadamente atribuir a mim, exceto, talvez, o de ser anti-PT. Este até admito. Porém, a questão é outra: o que ocupa minha cabeça não é o “naro“, mas, o bolso. O meu bolso. E o que vejo é uma tremenda especulação generalizada, incondizente com os índices de inflação.
Somente no primeiro quadrimestre de 2022, o preço do Diesel subiu 22,6%, em média, nos postos de todo o país; e a gasolina, praticamente 10%. No entanto, os preços dos alimentos, dos medicamentos e dos serviços subiram muito mais que isso, superando 100% em muitos casos. Como explicar isso?
A ganância dos oportunistas
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a projeção de aumento no preço da energia elétrica para 2022 é de 21%. Ora, se a energia elétrica chega às nossas casas através dos mesmos cabos, não demanda embalagens e não depende de mão de obra para sua produção, a justificativa é apenas o aumento de consumo. Se a demanda aumenta, os preços sobem, porque é conveniente para quem a vende.
Quando olhamos para os preços finais dos produtos, nos supermercados, farmácias, açougues, a única conclusão lógica é a de que os comerciantes estão considerando integralmente cada um desses aumentos para corrigir seus preços. Assim, um produto que custava R$ 10,00 é corrigido em 41% por causa do aumento do transporte e tem um aumento adicional de 21% por causa da energia elétrica, passando a custar mais de R$ 17,00, ou seja, sofre aumento de mais de 70%, embora a incidência desses itens no cálculo de custos represente muito menos. Os verdadeiros culpados são invisíveis aos olhos do povo.
Para quem não entende lhufas de economia, é mais fácil culpar quem está em evidência e fechar os olhos para o que acontece debaixo de seus narizes, a especulação. Falta-lhes coragem para boicotar os estabelecimentos comerciais que abusam dos preços e, pelo menos, fazer por si mesmo o que pagariam caro para ser feito pelos gananciosos.
“— Ah, mas não tenho como me locomover até outra cidade para fazer a compra de mês.” Se é possível fazer excursões com grupos organizados para passear, fazer o mesmo para que todos economizem é igualmente possível, e com mais vantagens.
A união do povo é a única forma de combater os que nos prejudicam diretamente sem nenhuma consideração. Não devemos permitir que nos coloquem uns contra os outros quando temos inimigos comuns muito mais perigosos. Não deixemos que a cortina de fumaça criada pelos políticos prejudique a nossa visão da realidade. E se entendermos que o que eles fazem está errado, cabe-nos lutar contra isso demonstrando com clareza que não pretendemos engolir esse sapo. No fim das contas, estaremos todos no mesmo barco. Salvemo-nos!
