Narrativas dos inconformados4 minutos de leitura

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A moda agora, entre o grupinho de inconformados de capa preta, é alegar que opiniões contrárias às deles são frutos de mecanismos automatizados, de comitês do ódio, de robôs antidemocráticos que disparam mensagens em massa, de terroristas, de alienígenas, etc. É preciso, então, provar que a realidade é outra e, nesse caso, ficar sujeito à prisão imediata, sem o conhecimento da causa, sem o cumprimento do processo legal, sem direito à defesa.

Pois bem, senhoras e senhoras, eis-me aqui, feito de carne e osso, dono de um cérebro perfeito e, portanto, pensante, com opiniões próprias, certidão de nascimento, carteira de identidade, inscrição do Cadastro de Pessoas Físicas, endereço fixo, telefone, com histórico de insubordinação de ordens incabíveis, capaz de amar, sofrer, rir, chorar, adoecer e morrer como qualquer outro mortal, e contrariado com o que vejo acontecendo em nosso país.

Na minha opinião, “marionetes” seriam, no máximo, dançarinas de um programa de auditório do qual eu fosse o apresentador, jamais a condição de alguém com capacidade de expor seus pontos de vista e argumentar diante de absurdos que tentassem fazer descer pela minha goela como verdade absoluta da Humanidade.

Externo meus pensamentos com franqueza nem sempre bem aceita e ajo autenticamente nas minhas relações, sejam elas com mendigos, alcoólatras, gente humilde, milionários, padres, pastores, papas ou políticos.

Todos – repito e enfatizo: absolutamente TODOS – passamos pelas mesmas fases da vida, do nascimento à morte, e terminamos essa jornada nos transformando em pó ou cinzas. Ninguém é mais que ninguém, independentemente dos títulos que eventualmente possamos carregar antes de nossos nomes, igualmente temporários. Temos necessidades físicas e biológicas, isto é, queiramos ou não, saem de dentro de nós o “número um”, o “número dois” e outros fluidos que não vou enumerar por ser desnecessário.

Por isso acho ridículo quando pergunto o nome de alguém que começa a resposta com “É doutor…”. Como assim?! Por acaso sua certidão de nascimento traz desde sempre o título que você só conquistou depois de adulto? O título não faz parte do nome, é emprestado, como todas as coisas que amealhamos durante nossa existência. E, mesmo que você deixe instruções para gravá-lo em seu túmulo, ninguém o exigirá no Céu ou no inferno.

Robôs não criam, não raciocinam, não reagem como humanos por mais perfeitos que sejam. A inteligência artificial, tão propalada atualmente, não é realmente inteligente, é apenas artificial, e pode guardar todas as informações que recebe, mas jamais saberá processá-las. Basta lembrar o que sentimos quando somos atendidos por uma gravação. É impossível conversar com ela.

Infelizmente, há pessoas que parecem ter inteligência artificial e bloqueiam todo o conhecimento que as incomoda, ainda que sejam, aparentemente, bem formadas. Exemplo: uma pessoa que ouve reivindicações para que seja criado um mecanismo que permita a auditoria dos votos por meio de sua impressão e entenda que está sendo pedido “o retrocesso com a volta de cédulas impressas para serem preenchidas a mão”.

Bem, isso também pode ser inteligência limitada ou um subterfúgio para evitar a transparência no processo eleitoral… Nunca saberemos.

O fato é que, se quem diz o que contraria a “vontade dos deuses” é robô, devemos ter cerca de metade da população que deveria ser ignorada pelo Censo por ser feita de lata.

E, convenhamos, antes ser confundido com um artefato automatizado e não ter vergonha de sair às ruas do que ser comparado aos “montinhos” nos surpreendem de vez em quando nas calçadas… Né?

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