Malandragem profissional5 minutos de leitura

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Dizem que os brasileiros precisam ser estudados pela NASA devido à sua criatividade. Postagens com essa afirmação são regularmente publicadas nas redes sociais, e as “provas” de que isso é verdade são diversas. Vi, por exemplo, uma que dizia que “seja onde for, você encontrará uma versão ‘BR’ para qualquer coisa”. E não é que é assim mesmo?

Embora haja um lado divertido e único no “jeitinho brasileiro” de fazer as coisas, há uma parte de nosso povo que usa a inteligência para causar danos a outras pessoas. Os inúmeros golpes pelo WhatsApp e os sites falsos são apenas duas modalidades que vêm crescendo bastante e fazendo muitas vítimas, o que ressalta outra característica dos brasileiros: a credulidade. Acreditamos facilmente em tudo que vemos e ouvimos, sem qualquer confirmação ou garantia. E pior, não raramente, passamos adiante o que absorvemos como verdade.

São encontradas neste blog diversas postagens que abordam este assunto, recomendando cautela, no entanto, seus efeitos são passageiros, talvez porque as pessoas acreditem que as coisas ruins jamais acontecerão com e para elas, até o dia em que acontecem.

Na minha área de atuação – a internet – há mais promessas falsas do que em discursos de políticos, e, quase sempre, têm o intuito de “cooptar” clientes alheios conquistados com profissionalismo, ética e argumentação verdadeira, sem armadilhas, sem más intenções. Para os espertinhos de plantão a prospecção de novos clientes é feita de forma desleal, eles identificam os que já contrataram o principal (desenvolvimento do site, por exemplo) e tentam convencê-los de que podem alcançar resultados substancialmente melhores com o aprimoramento da divulgação do site. A ideia é válida e reflete uma possibilidade real, mas há questões que não podem ser esquecidas:

Por que o cliente não aceitou a contratação desse serviço quando firmou o contrato de criação do site se ele estava incluído na proposta inicial, devidamente precificado e detalhado?
Na maioria das vezes, o cliente opta pelo menor custo, não quer investir o adequado para garantir o sucesso esperado, prefere um resultado minimamente satisfatório. Com o tempo, se decepcionará por perceber que não existem milagres na internet, que a divulgação é fundamental, assim como a otimização do site.
Por que o site não é tão completo quanto poderia ser?
Mais uma vez, a principal razão é a economia que limitou o investimento em recursos mais sofisticados para o site, e porque não houve a participação do cliente durante o desenvolvimento como exigia uma das cláusulas do contrato.
Por que o contratado não apresentou esse argumentos quando teve oportunidade?
Porque o risco de uma desistência do cliente na fase inicial do site é muito maior, e também porque era desnecessário insistir em algo que foi mencionado na proposta e desdenhado pelo cliente.
Por que o cliente acaba contratando o profissional que, depois de algum tempo, propõe o trabalho de divulgação?
Isso geralmente acontece depois que o cliente já pagou pelo trabalho de desenvolvimento e suas despesas diminuíram. Além disso, essas empresas e profissionais especializaram-se no “roubo de clientes” para realizar esse tipo de trabalho específico, apresentando exemplos de sucesso nem sempre verdadeiros. Ou propõem permutas, dependendo do segmento do cliente.

Os cuidados necessários

Mais uma vez, a figura mais importante quando é feita a contratação de serviços de divulgação é a do dono do site. É ele quem deve estabelecer o(s) objetivo(s) que pretende alcançar, o limite do investimento, o prazo desejado para conseguir seu intuito, as vantagens que pode oferecer, além de conferir cada anúncio antes de sua publicação.

Um contrato bem elaborado deve prever tudo isso, bem como considerar as garantias que serão oferecidas pelo contratado e as eventuais compensações em caso de frustração.

E, antes de tudo, se o cliente está decidido a investir na divulgação do site, que valorize o profissional que o atendeu em sua primeira necessidade e o consulte, pelo menos, sobre seu interesse em assumir mais esse desafio. De repente, pode até ser mais barato.

É ou não é o cúmulo?

Fico imaginando até onde pode chegar a cara de pau de um ladrão que, sozinho, se coloca diante de uma plateia como a alma mais pura do mundo, finge que nunca roubou antes e se queixa por ninguém chamá-lo de mito. Acredito, porém, que, ao contrário dessa imaginada plateia, os passageiros do ônibus não aplaudiram o descarado que levou tudo o que tinham.

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