“Vai meu coração, ouve a razão, usa só sinceridade. Quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade.”
Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim são os autores da música “A insensatez”, que traz em sua letra o trecho acima, uma verdade que quase todos nós conhecemos. Apesar disso, sensatez é que tem faltado na avaliação de fatos quando estes podem de alguma forma ser usados para dramatizar situações e servir como cortina de fumaça para anuviar a visão dos menos esclarecidos. É o que consigo perceber no sensacionalismo praticado por algumas personalidades que, apoiadas pela imprensa desacreditada e a caminho da falência moral e financeira, têm usado para tentar enfraquecer o potencial de vitória dos conservadores na disputa pela Presidência da República, num esforço claramente tendencioso para forçar o retorno do PT ao poder.
Nesta semana, o site Metrópoles anunciou que “Por ordem de Alexandre de Moraes, a Polícia Federal está nos endereços de oito empresários bolsonaristas que participavam de um grupo de WhatsApp em que foi defendido um golpe de Estado caso Lula saia vitorioso“.
Obviamente, não se trata de simples limitação na interpretação de textos, mas, de intuito proposital de deturpar a verdade. A frase do empresário José Koury era “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes“, o que não sugere a intenção de promover de fato um golpe. Ele poderia ter dito que preferiria tomar óleo de fígado de bacalhau todos os dias em vez de usar a palavra golpe. O site Metrópoles, no entanto, noticia FALSAMENTE que foi defendido um golpe de Estado. Mas os verificadores de fatos independentes não veem as fake news divulgadas por quem faz parte ou apoia o grupo que quer derrubar o atual Presidente.
Se isso torna o empresário suspeito, então há milhões de brasileiros sujeitos ao mesmo tratamento só porque não entendem a lógica do STF ao “descondenar” o ex-presidiário e fingir que não foram cometidos crimes graves, conforme comprovado em três instâncias. Qualquer pessoa com mais de dois neurônios sabe que a vitória de Lula traria de volta todos os seus cúmplices, confirmando o que insinuou (ou prometeu) José Dirceu:
Algumas das mensagens trocadas entre os empresários estão disponíveis neste link e podem ser vistas por quem assim o desejar. O que não é explicado é: 1) Quem vazou a conversa de um grupo particular, com que intenção, e apoiado em que lei? 2) Qual das mensagens sugere a articulação de um golpe de Estado?
Golpe é tomar o poder
Antes de sairmos por aí apontando o dedo para as caras dos outros – o que é muito inconveniente, diga-se de passagem, viu, ministro? –, é preciso analisar com neutralidade os fatos e as informações que nos são passadas, visto que tudo tem sido manipulado. Se há alguma intenção de golpe, sabemos de quem é.
E precisamos observar também que “tomar o poder” pode ser tomar para si determinados poderes que não fazem parte do cargo ocupado, o que não é permitido pela Constituição Federal.
Sem qualquer paixão, é fácil perceber a ânsia exacerbada por um poder que não cabe a nenhum político ou membro das instituições constituídas. Nem mesmo ao Presidente! Isso acende a luz de alerta para o que pode culminar com um enfrentamento desastroso. As constantes ameaças de castigos que vão de bloqueio de perfis em redes sociais até o total impedimento de acesso aos recursos de sobrevivência (dinheiro e liberdade), inclusive para os que pretendem, pacificamente, se manifestar nas ruas, soam como provocações para uma reação mais dura que pode levar à guerra civil. E nesse caso, não podemos nos esquecer de três coisas: 1) por mais que possam haver partidários do regime socialista/comunista nas Forças Armadas, seus integrantes devem obediência ao Presidente da República; 2) a maioria dos integrantes das Forças Armadas é de brasileiros que esperam que o Brasil seja livre, assim como a maior parte da população; 3) o confronto das duas vertentes políticas ceifaria vidas inocentes e aniquilaria o país.
Em Saiba o que é uma guerra civil, o artigo publicado no site Politize!, de autoria de Bianca do Vale Mendes, diz:
“O especialista no assunto, Maurizio Giuliano, do UNIC Rio (Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil), em um evento, em 2017, declarou que antes da I e II Guerra Mundial apenas 10% das vítimas de conflitos armados eram civis. Após esse período histórico, ele informa que houve a inversão desse número e agora estima-se que 90% dos mortos são civis.
Além disso, outros reflexos que podemos mencionar é a escassez de alimentos e bens de consumo, pois o abastecimento em diversas cidades fica interrompido, por exemplo, se construções e estradas foram atingidas e destruídas no conflito. Milhares de pessoas também são forçadas a deixarem seus lares para protegerem suas vidas, em muitos casos, migram a outros países em condição de refugiadas.“
A única verdade
O fato é que todos nós vivemos no Brasil e o que acontecer aqui afetará indistintamente a toda a população. Podemos escolher entre o favorecimento de milhões com a concessão do auxílio-Brasil de R$ 600,00 ou a fome; os preços mais baixos do mundo para os combustíveis ou o desvio de lucros fantásticos da Petrobras para o grupo de amigos do presidente; o aumento de investimentos nos meios de locomoção (estradas, ferrovias, rios navegáveis, transportes públicos) ou estradas sem pavimentação que prejudicam os caminhoneiros e atrasam a distribuição de alimentos, aumentando seus preços; a liberdade de pensarmos e dizermos o que sentimos ou a mordaça imposta por um ditador que quer regulamentar as redes sociais e outros meios de comunicação para esconder o que faz de errado; a segurança garantida pelas polícias ou o impedimento de punição para bandidos. Enfim, estamos cercados de exemplos que resultaram em enorme sofrimento de populações graças ao regime de governo que, ludibriados por promessas falsas, enriquece apenas os que fazem parte da alta cúpula, igualando todos os demais na miséria.
EU PREFIRO TOMAR ÓLEO DE FÍGADO DE BACALHAU TODOS OS DIAS A VER O PT DE VOLTA AO PODER.
E sugiro que pensem: no que se transformaria o Brasil se os grandes empresários decidissem se transferir para outros países e o agro fosse perseguido por um governo opressor que só deseja ter a chave do cofre?
