Coisas que eu não deveria dizer7 minutos de leitura

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A maioria das pessoas que conheço não gosta de papo reto. DÓI. Elas preferem os sorrisos falsos, a mentira doce, o afago fingido. Não é que não mereçam o que há de bom em mim, elas realmente merecem, porém, não o tempo todo. Sim, porque, ao contrário de mim, elas não são obrigadas a deixar de fazer o que me incomoda. Por exemplo, eu não fico tentando convencer aquelas que não gostam de animais a pensarem e sentirem o que não pensam e não sentem por eles. Cada um é cada um e deve procurar ser feliz consigo mesmo, e não tentar transformar os outros no que são. Por outro lado, se maltratarem um animal, devem saber que vou denunciá-las, porque isso é crime previsto em lei. Quem não gosta de animais não deve tê-los e, se quiserem ser felizes, devem evitar visitas a quem os tem. É simples para mim.

Podemos pensar de modo diferente, entretanto, se procurarmos nos conhecer mais profundamente, nossas chances de nos fazermos felizes serão maiores. É uma pena que as pessoas (muitas) não digam o que pensam e se martirizem por enfrentar o que não gostam.

Hoje vou abrir meu coração e revelar algumas coisas que me desagradam.

Visitas inesperadas ou de última hora

A educação dada pelos pais de antigamente era bem rígida. Consultar antecipadamente a pessoa que queríamos visitar era uma demonstração de boa educação, e de preferência com antecedência suficiente para que ela se preparasse, sem prejudicar seus planos, poupando-a de sacrifícios e do esforço de ser agradável quando pretendia fazer alguma outra coisa.

Assuntos e situações com os quais não me identifico

Para mim, é especialmente difícil “fazer sala” para alguém que se limita ao seu próprio mundo e acha que ele é o que há de mais interessante no universo. Detesto fofoca. É raro encontrar alguém que goste dos mesmos esportes que eu gosto, como MMA e curling, ou dos mesmos assuntos. Nunca curti futebol, vôlei, basquete, tênis, rugby, beisebol, golfe, hockey e outros.

É deselegante abandonar uma conversa quando o assunto não é do meu interesse, reconheço. Mas não é deselegante alguém ficar horas discorrendo sobre um tema que não me é familiar? Seria mais elegante se eu interrompesse a conversa, mudando de assunto e tomando a palavra para falar sobre as minhas especialidades? Acho isso chato, é como se a pessoa estivesse dizendo “olha, eu sei tudo sobre esse assunto, você não sabe nada”.

Minha filha mais velha me disse, certa vez: “se você pensar dez vezes antes de abrir a boca, vai ficar muito mais tempo calado”. Foi grosseira? Não na minha opinião, ela me ensinou uma lição!

Para evitar meu desinteresse, sugiro que não conversemos sobre balé. Não tenho o menor interesse. Aliás, me convidar para dançar também não é uma boa ideia. Foi o tempo…

Ambientes onde as palavras mais comuns são as de baixo calão (palavrões, para quem não souber a que me refiro) também não me deixam confortável. Aqueles stand-ups onde o sujeito que se acha humorista nos cumprimenta dizendo cinco palavrões entre o “boa” e “noite” não me servem. Me admira saber que há quem pague para ver esse tipo de coisa.

Você pode estar pensando que sou o cara mais chato que existe. Não condeno quem me veja assim. Como eu já disse, cada um é cada um e deve procurar ser feliz consigo mesmo.

Esse tipo de educação que você recebeu não existe mais! As coisas são diferentes agora. – Podem afirmar.

É fato, as coisas são diferentes hoje em dia. Ninguém mais se importa se houver alguém sem camisa à mesa do almoço, ou usando um boné, ou mastigando com a boca aberta, ou falando com a boca cheia, se antecipando aos demais, com desespero para se servir na hora da refeição. E ficar olhando o que passa no celular nessa hora? Absurdo. Tremenda grosseria, para mim.

E, por falar em celulares, eu os apreciava quando eram apenas telefones portáteis, e caros, não um brinquedo para distrair as crianças em vez de educá-las.

Lamentavelmente, na minha opinião, a socialização virtual substituiu as relações verdadeiras e deu margem ao surgimento de palcos imaginários que permitem atitudes inimagináveis de pessoas naturalmente retraídas. Os grupos de WhatsApp, mesmo os criados com objetivos profissionais, acabam desvirtuados pelos que querem demonstrar atenção especial para com os demais participantes e insistem em enviar imagens e mensagens carinhosas, repetindo-se pela manhã, à tarde e à noite, sobrecarregando a capacidade de armazenamento de aparelhos menos sofisticados. Isso estimula uma certa competição entre os membros, um querendo aparecer mais que os outros.

Há também os engraçadinhos que só postam piadas e vídeos de entretenimento, e os desocupados que, por falta de alguma coisa útil para fazer, acreditam que ninguém pode ter uma vida mais interessante, e passam o tempo todo compartilhando o que encontram.

OBSERVAÇÃO: VOCÊ SABE O QUE É OPT-IN E OPT-OUT?
Essas são as opções que devem ser, obrigatoriamente, oferecidas aos usuários de qualquer site, conforme a Lei 13.709 (Lei de Geral de Proteção de Dados), de 14 de agosto de 2018, e indicam se eles desejam ou não receber e-mails de newsletter ou de publicidade. Convém que o mesmo princípio seja usado para mensagens de WhatsApp. Recomenda-se, portanto, que, antes de enviar mensagens que você considera interessantes, é respeitoso perguntar aos destinatários se eles querem recebê-las. Tenha em mente que nem todos são viciados em redes sociais e apps de vídeos, como Kwai, Tik Tok, Facebook e similares.

Eu viveria bem se os celulares não existissem.

Sinto como se houvesse um abismo entre mim e as pessoas que curtem o “estilo moderno” de vida do século XXI. Isso vai muito além dos novos hábitos. Existem detalhes que são muito pessoais e não deveriam ser desconsiderados, ou invadidos, como nossos gostos. Presentear alguém com peças de roupa é arriscado, a menos que haja uma longa convivência com o favorecido. E quando digo isso, me refiro a pelo menos cinquenta anos de convivência. “Gosto é como nariz. Cada um tem o seu.”

E para não me estender demais, não posso deixar de dizer que não gosto de água fria, portanto, não sou fã de piscinas. Muito menos na minha casa, onde certamente apareceriam, costumeiramente e sem avisar, “os amigos da piscina”, deixando rastros de sujeira e pilhas de louça para serem lavadas e guardadas.

Não gosto de gente fingida e artificial que faz de tudo para parecer simpática ou inteligente. Não gosto de tumultos, de multidões (grupos com mais de vinte pessoas), nem de barulho (voz excessivamente alta, fogos de artifício, som alto nos carros, rap, funk, motos com escapamento aberto).

Se alcançarem a minha idade talvez possam compreender melhor essa “chatice”.

E, para terminar, prefiro que me digam a verdade, ainda que não gostem de mim. Assim terei a chance de escolher entre melhorar no que for possível, para agradar os outros, ou agir de maneira natural e ser feliz comigo mesmo. A vida é curta demais para nos limitarmos a sacrifícios que não valem a pena.

E você, está feliz com você mesmo?

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