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Estamos a menos de um mês das eleições deste ano, quando teremos que escolher deputados estaduais (94 só em São Paulo) e federais (513), governadores (27), senadores (27) e presidente, os quais ocuparão centenas de cargos com direito a salário, auxílios diversos, verbas de gabinete, reposição de despesas e outros penduricalhos. Em 2020, o orçamento da Câmara e do Senado brasileiros somaram US$ 2,98 bilhões (de dólares) – ou 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Nos Estados Unidos, o valor total chegou a US$ 4,73 bilhões, o que representa apenas 0,02% de tudo que o país produziu naquele ano.

O Senado Federal custa mais de cinco bilhões de reais por ano, valor este que, se rateado entre os principais ocupantes da Casa, representa mais de sessenta e três milhões/ano por senador. Ou seja, são cerca de 5,25 milhões por mês para cada um deles.

O Produto Interno Bruto (PIB) estimado para 2022 é de R$ 5,64 trilhões.

Se calcularmos 0,15% disso, seriam destinados ao Senado cerca de oito bilhões, quatrocentos e sessenta milhões, sem contar os Fundos partidário e eleitoral que somam uma fortuna.

Os senadores nos custam muito caro.

Não temos tido sorte com os presidentes do Senado nos últimos anos. Renan Calheiros, Eunício Oliveira, David Alcolumbre, e agora Rodrigo Pacheco, todos engavetando o que deveria estar sendo votado, como, por exemplo, os pedidos de impeachment de ministros do STF. Não dá para não considerar alguma cumplicidade, ou temor de represálias. O fato é que nenhum deles faz jus ao que recebe. Ao contrário, só atrapalham.

Quando pergunto às pessoas quais são os senadores que representam o Estado de São Paulo, ninguém sabe responder. Então, aqui vão seus nomes:

José Serra (PSDB) encerra seu mandato no próximo ano, se não for reeleito outro senador o substituirá; Mara Gabrilli (PSDB) é candidata a vice na chapa de Soraya Thronicke à Presidência da República e tem mandato assegurado até 2027, Alexandre Luiz Giordano (MDB) também está garantido até 2027.

Além do salário e de todos os benefícios de senador, José Serra recebe aposentadoria de vários cargos políticos. Porque políticos, você sabe, têm direito a uma nova aposentadoria a cada oito anos de mandato.

Poço sem fundo

Pior acontece com os ex-presidentes. Terminado o mandato, o presidente tem direito ao auxílio de quatro servidores para sua segurança, assim como dois veículos oficiais com dois motoristas, somando salários de R$ 28.738,36 mensais (valor de 2018). Tanto Fernando Collor, que sofreu impeachment em 1992, quanto Dilma Rousseff mantiveram esses e outros benefícios garantidos a presidentes mesmo depois da cassação de seus mandatos.

Até Lula, que foi preso, mantém todos esses benefícios, mais o salário pago pelo Partido dos Trabalhadores, além de um adicional de aproximadamente R$ 112 mil por ano, a título de reposição de despesas com aluguéis.

É evidente que nenhum deles está preocupado com os preços do leite, da carne ou dos combustíveis. Collor, o ex-caçador de marajás, deixou de persegui-los quando se tornou um deles. Agem como uma máfia.

Segundo o estudo “Quão diferente é o sistema político brasileiro em relação ao de outros países? “, assinado pelos pesquisadores Luciano de Castro e Odilon Câmara e Sebastião Oliveira, o Brasil gasta por parlamentar o equivalente a 528 vezes a renda média de um brasileiro. Afinal, eles legislam em causa própria e definem seus próprios salários e benefícios, colocando a conta em nossas costas…

A remuneração dos políticos é injusta, chega a ser criminosa se considerarmos a carga tributária e a situação da população. No Reino Unido e nos países nórdicos isso não acontece, pois “lá, os políticos não têm vários assessores, nem carro especial, nem apartamento funcional. Não há as regalias que os políticos brasileiros têm“, afirma o estudo. Assim seria o certo, especialmente no Brasil.

Com a remuneração básica de quase trinta salários mínimos mensais, um deputado federal teria plenas condições de custear suas próprias despesas, incluindo moradia, transporte, vestuário, alimentação, escolas para os filhos, lazer e muito mais, sem precisar de auxílios suplementares. O mesmo se aplica a todos os outros cargos eletivos ou de confiança, respeitados os absurdos salários atuais.

O que deve atrair os cidadãos à vida pública não é a possibilidade de enriquecimento rápido, mas, seu patriotismo e o desejo de fazer o bem para a população. No entanto, eles aumentam seus salários e alegam que se a recompensa não for boa, ninguém “que valha a pena” se apresentará para ser político. Foi essa a alegação de um vereador de Campinas, em 2011, ao propor um aumento de mais de 100% para si mesmo e seus coleguinhas – tema da postagem “Ficou claro agora?” (removida).

São eles também que aprovam o Fundo Eleitoral que este ano quase alcançou cinco bilhões de reais (R$ 5.000.000.000,00), outro absurdo.

Os partidos políticos têm quatro anos para arrecadar fundos para suas campanhas, alternando-as entre as locais e as gerais. Poderiam pedir contribuições de seus filiados, promover palestras, bingos, bailes, jantares, rifas, vender camisetas, mas, não, querem dinheiro fácil, sem esforço algum, como batedores de carteiras amparados por uma lei matreira que eles próprios criaram.

Nesse embalo, seguem os ministros do Judiciário, com banquetes regados com vinhos que ostentem pelo menos quatro prêmios internacionais, acompanhados de lagostas e caviar russo, enquanto o povo é mantido como escravo que lhes deve esse “mimo”. E jamais precisaram de votos para se dar esse direito! É revoltante!

Todo poder emana do povo

Esse quadro não se alterará por vontade dos políticos, precisa ser exigido pela população. Quando isso acontecer, ou eles se submetem ao que achamos justo pagar, ou ficarão sem esse “emprego”, pois deixaremos de votar neles.

O dinheiro que for economizado poderá ser investido em educação, que é o que mais falta ao povo brasileiro, majoritariamente ignorante. E nesse sentido faz-se necessária uma profunda reforma educacional que proporcione o conhecimento essencial, adequado à realidade do momento, levando em conta que a tecnologia nos permite acesso livre a tudo que já foi publicado em antigos e enfadonhos livros cujos conteúdos se mostram, muitas vezes, inaplicáveis ou desnecessários em nossas vidas. O que mais precisamos é criar pessoas úteis, eliminando de vez os preguiçosos vorazes.

É importantíssimo que saibamos escolher os que realmente merecem ser eleitos. Não confiem em promessas de recompensas, os políticos vivem de mentiras! Mentir é a arte dos políticos.

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