19.6 C
Santa Isabel

Mario Cerqueira Lima, natural de São Paulo (por provável equívoco da cegonha), nasceu num mês de dezembro dos meados do século passado. Precoce, aprendeu a ler por própria conta aplicando o construtivismo espontâneo graças à curiosidade de perguntar o que eram as letras e explorar os fonemas que provocavam com suas possíveis combinações. Começou a tocar violão aos treze anos, motivado pelos Beatles, experimentando as combinações dos sons emitidos pelas cordas conforme a posição dos dedos, descobrindo-se como autodidata. Começou a trabalhar aos quatorze anos, como operador de máquinas de contabilidade, na Olivetti, mas logo trocaria a gravata emprestada por uma guitarra elétrica, dando início à banda Xétrias, no Itaim-Bibi. Emancipado judicialmente aos 15 anos, resolveu se casar antes de completar 21, já com a profissão definida: Analista de Sistemas. Aos 22, trocou a Capital por São José dos Campos, onde permaneceu por mais de trinta anos. Da união que durou quase duas décadas nasceram duas filhas, a primeira, em São Paulo; a outra, em São José dos Campos. Como compositor, participou de vários festivais de música no Vale do Paraíba e região do Alto Tietê. Participativo, envolveu-se várias vezes com entidades de defesa dos bairros onde morou, escreveu para jornais, criou boletins internos nas empresas por onde passou e foi um dos criadores do Festival de Música da Kodak, empresa na qual permaneceu por cinco anos. Foi comerciante de 1984 a 1999, quando optou pela atividade autônoma. Vive atualmente em Santa Isabel, SP.

Perfil – pelo próprio autor

“Um cara”. É assim que me defino, exatamente como fazem as pessoas que se referem a mim, sem nenhum outro rótulo. Me sinto bem mesmo sendo estreante na condição de sexagenário, e nem por isso me coloco nas filas especiais. Acho que há muito abuso em muitas coisas no Brasil, são poucos os que levam em consideração as necessidades dos outros.

Gosto de atividades que exigem exercício mental, criatividade. Não me imagino aposentado, barbudo, descabelado, obeso e maltrapilho arrastando chinelos pela casa. Não quero morrer de trabalhar, mas também não quero morrer de tédio por não estar trabalhando. Gosto de animais, especialmente de cães, mas prefiro que vivam em outras casas. Valorizo as mulheres que trabalham fora, elas têm mais assunto, são mais interessantes. Sou muito criterioso, classifico distintamente os amigos, os colegas e os conhecidos. Os amigos de verdade podem ser contados em metade dos dedos de uma só mão; os colegas são muitos; os conhecidos são incontáveis.

Não há dúvida, sou notívago. Durmo pouco e tenho sono leve. Quando estou concentrado em alguma coisa que me dá prazer não percebo o passar das horas, posso permanecer acordado por dois dias inteiros. Música e trabalho são os melhores alimentos para a minha alma, não necessariamente nesta ordem.

Costumam me criticar por ser demasiadamente franco, não consigo esconder o que penso ou sinto pelas pessoas. No fundo, acho que somos todos assim. Não é difícil perceber o pensam e sentem a meu respeito, mesmo quando não dizem. Porém, às vezes preciso me controlar, por conveniência, mas sem ser falso. Detesto falsidade e mentira. Se pedirem minha opinião, direi exatamente o que vem de dentro de mim.

Neste momento, não me orgulho de ser brasileiro. Contudo, também não me orgulharia de ser estrangeiro. Gostaria de poder demonstrar, mais efusivo, meu patriotismo e minha cidadania. A única maneira que encontro para fazê-lo é escrevendo este blog, indo contra a maré provocada pelos políticos. Eles querem manter o povo ignorante, à base de pão e circo, para poderem continuar reinando e nos explorando de todas as formas. Por isso defendo leis mais rígidas e o fim da impunidade.

Acho difícil me posicionar em relação à pena de morte. Isso traz muitos riscos. Mas, sou a favor de penas mais duras, do trabalho obrigatório para os presidiários (no mínimo para seu auto-sustento), do fim da caridade nociva promovida pelas bolsas do Governo. Sou a favor de ensinar essa gente a pescar em vez de dar a ela um peixe por dia.

Na minha opinião, a educação nunca foi tão ruim, em todos os sentidos e em todos os cantos do Brasil, inclusive dentro de nossas próprias casas. Abandonamos valores fundamentais, como o respeito que devemos à Pátria, aos mais velhos, aos nossos semelhantes, ao próximo, aos pais, aos irmãos, às leis, enfim, a tudo, até a nós mesmos. Televisão, por exemplo, é uma coisa que considero inútil, fútil, vazia, perniciosa em alguns casos; deveria ser um instrumento educativo, sem ser maçante.

Defendo o voto distrital, a livre iniciativa, a liberdade em seu sentido mais amplo, desde que bem usada. Por outro lado, também defendo limites para tudo. Por exemplo, as pessoas têm o direito de gostar de qualquer coisa que chamem de música, mesmo que eu não a entenda como tal, mas isso não dá a elas o direito de me forçar a ouvir aquilo, explorando toda a capacidade dos alto falantes de seus carros e aparelhos de som. Isso é uma ridícula demonstração de que não são capazes de chamar a atenção dos outros de outra forma, por alguma característica pessoal própria, por alguma qualidade que possam possuir. Lamento que atitudes como essa me façam acreditar que o povo brasileiro precisa de punho de ferro para se tornar mais civilizado.

Não acredito que poderei testemunhar uma mudança nesse sentido. Por mais tempo que ainda me reste, não vejo boas perspectivas para os próximos anos. As distorções criadas nos últimos vinte ou trinta anos são tão violentas que o tempo para corrigi-las não será menor que o dobro disto, e, mesmo assim, será preciso um enorme choque para provocar as mudanças necessárias. Elas não virão espontaneamente.

Tenho total consciência de que meu protesto é mais “um grito parado no ar” que pode ou não ser ouvido. E os sons viajam numa velocidade demasiadamente baixa se comparada à velocidade da luz. A luz, ainda que produzida, não será vista pelos cegos. Ou seja, para que este grito – que é minha única esperança – se propague e tenha efeito, é preciso vento, eco, fatores que só podem ocorrer com a participação e o engajamento de outras pessoas.

Como eu disse logo no início, sou só “um cara”.

“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
(Antoine de Saint-Exupery)

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