A guerra na Ucrânia sob a ótica de um leigo curioso6 minutos de leitura

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Hoje, minha amiga Mercia me enviou um vídeo com a entrevista do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para uma brasileira, no qual ele reclama do posicionamento de neutralidade de Jair Bolsonaro. Ela sugeriu que eu desenvolvesse um parecer – pessoal, evidentemente – sobre o assunto, considerando o que seria dito por opositores do nosso atual Presidente.

Imediatamente, me veio à lembrança um outro vídeo, de Lula num palanque explicando como ele resolveria essa questão. Tomando cerveja, é claro.

Isso, a meu ver, seria o suficiente para atender à sugestão de Mercia. Porém, confesso que não tenho acompanhado de perto as notícias sobre a guerra na Ucrânia, pois isso me angustia profundamente. No entanto, a ignorância me angustia ainda mais.

O que penso

Tenho simpatia pelo Presidente Zelensky. Ele é ator, roteirista, comediante e produtor/diretor cinematográfico, e está como Presidente ucraniano com um enorme peso nas costas, que certamente jamais lhe passou pela cabeça carregar nos seus quarenta e quatro anos de vida. É um artista, não um estrategista. Decerto anseia por um mundo mais suave.

Já do lado da Rússia, temos Vladimir Putin, 69, que serviu como agente da KGB (a principal organização de serviços secretos da União Soviética) no departamento exterior e foi chefe dos serviços secretos soviético e russo (KGB e FSB). Ou seja, é um cara com um passado de espionagem, violência e conquistas armadas.

Putin não gostou da aproximação da Ucrânia com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), também conhecida como Aliança Atlântica, que é uma aliança militar intergovernamental criada em 4 de abril de 1949 e que constitui um sistema de defesa coletiva através do qual os seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque por qualquer entidade externa à organização. Isso levantou a possibilidade de a Ucrânia se juntar à OTAN e a Rússia perder seu domínio sobre aquela região, pelo menos na imaginação de Putin. Há também a questão da Crimeia, tomada pela Rússia em 2014.

Em suma, a guerra começou por uma questão de domínio de área. Putin não admite sequer que o idioma russo seja abandonado pelos ucranianos.

Como se pode ver no mapa, a Rússia é o maior país do mundo, possui uma área de 17.098.246 quilômetros quadrados, e sua população é de 145.872.260 habitantes (2021). O Brasil – abençoado por Deus e bonito por natureza – tem apenas 8,5 milhões de quilômetros quadrados e sua população é de 211.049.519 habitantes (2021). A diferença em densidade demográfica é gritante, e também em relação ao clima.

Aquela região, incluindo Rússia e Ucrânia, está entre as maiores produtoras de fertilizantes, e é de onde importamos a maior parte do que é consumido desses produtos no Brasil, o “celeiro do mundo”. Dependemos, portanto, desses fornecedores. A Rússia abastece de gás boa parte da Europa, em especial a Alemanha, que não pode ficar sem ele.

A guerra entre Rússia e Ucrânia afeta outros países sobremaneira. Porém, criticar a guerra pode ser perigoso até para quem consegue estar longe dela. Foi assim para um vereador russo que no dia 8 deste mês foi condenado a sete anos de cadeia por criticá-la. Diz a imprensa que esse é o primeiro caso de alguém preso pela nova lei, criada depois da invasão à Ucrânia, que proíbe a divulgação de “informações falsas sobre o Exército russo”. Essa lei é uma espécie de inquérito das fake news, como agora existe aqui.

Ainda de acordo com a mídia, o governo ucraniano divulgou uma nova estimativa de soldados russos mortos até agora, são quase 37 mil! Isto é mais do que a população isolada de 4.639 cidades brasileiras! Confira aqui. Quantas famílias destroçadas! E nem está sendo mostrado o número de ucranianos mortos. O preço de uma guerra vai muito além de dinheiro.

Omissão ou equilíbrio?

O Presidente Jair Bolsonaro tem experiência na Câmara dos Deputados, nunca foi preparado para ocupar o cargo atual e mantém o perfil de sempre. Não é diplomático, às vezes chega a ser tosco no que diz e se dá mal por não saber escolher as palavras, mas o faz com naturalidade e com a sutileza de um elefante circulando numa loja de cristais. Disse que o Brasil é neutro em relação à guerra, quando, na verdade, quis dizer que já mostrou ser contrário ao embate e quer encontrar uma solução pacífica. Entretanto, a imprensa o pinta como um sujeito frio e desinteressado em relação aos problemas globais.

Ora, coloquemo-nos no lugar dele num cenário mais próximo: você precisa comer; um de seus vizinhos cria frangos e os vende para você; o outro vizinho tem um poço artesiano e lhe fornece água a preços módicos. De repente, eles se desentendem e resolvem trocar tiros. Qual deles você defenderia? Você ficaria ao lado de um deles na hora em que os tiros fossem trocados ou tentaria apaziguar os ânimos de ambos para voltar a ter tranquilidade e sobreviver?

Embora o termo “neutro” não coubesse naquele momento, a sensatez foi a tônica da resposta não ensaiada. Muito melhor que dizer que o fim da guerra seria decidido numa mesa, tomando cervejas, convenhamos.

A guerra fria ficou no passado. Bóris Iéltsin dançou embriagado num palco, Mikhail Gorbachev era simpático, recebeu os prêmios Indira Ghandi e Nobel da Paz. O mundo estava tranquilo com eles, não precisava de mais uma guerra, na qual todos saímos perdendo.

Dai a César o que é de César, a cada país o que já lhe pertence e a Deus o que é de Deus, que, em seu último mandamento diz: “Não cobiçar as coisas alheias”.

E isso nos projeta para o território brasileiro que possui a maior parte da Amazônia, tão “defendida” por personalidades estrangeiras, mas com os olhos no que aquela região contém. Vale a pena aprender um pouco sobre isso neste vídeo que, de certa forma, explica o posicionamento do Presidente Bolsonaro (assista até o fim para entender):

No fundo, tudo não passa de interesses econômicos.

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