As sanguessugas, na espécie mais comum que conhecemos, podem transmitir o Mal de Cadeiras, doença de equinos; são capazes de transmitir o Trypanosoma evansi, parasita de cavalos que causa grande prejuízo à pecuária na região do Pantanal mato-grossense. Já os sanguessugas são aqueles que não trabalham e passam todo tempo possível tentando roubar o dinheiro alheio. Os sanguessugas são muito comuns no meio político, mas também são encontrados – ou encontram você – quando você usa a internet.
Hoje em cartaz: os sanguessugas.
De repente, chega à minha caixa postal um e-mail supostamente do Tribunal Regional do Trabalho – 3ª Região. A unidade fica em Belo Horizonte, MG. A mensagem informa que um determinado processo trabalhista sofreu uma movimentação e disponibiliza um link (DESPACHO_RITO_ORDINARIO + meu endereço profissional de e-mail).
Os curiosos não se conterão e clicarão no link que aponta para um arquivo ou site malicioso, provavelmente com o intuito de roubar dados sensíveis do navegante ou plantar um vírus em seu equipamento. 
Sempre que um e-mail de origem desconhecida ou suspeita chegar à sua caixa postal, dirija sua curiosidade aos detalhes, começando pelo e-mail do remetente. Neste caso, o endereço pertence ao domínio grupog2f.com.br e o remetente seria, em tese, o gerenteadm. Contudo, no item “responder a” o endereço é outro: [email protected].
Além disso, se o destinatário não é citado nominalmente (usam o seu endereço de e-mail), é fria.
Conforme pude apurar, o domínio em questão foi registrado em fevereiro de 2019 por Cristiano Medeiros, representante do Auto Posto Conselheiro, de Belém do Pará. Já temos três localidades: MG, SP e PA.
Em pesquisa feita no Google, o número do processo 49593597.8880490.5.16.0428 não existe, e muito menos poderia ser relacionado a alguém que já se aposentou há anos!
Nota-se ainda, logo abaixo do título da mensagem, a indicação PJe Push – Serviço de Acompanhamento automático de processos. Ninguém é obrigado a saber, mas o fato de o descritivo conter as duas primeiras palavras com iniciais maiúsculas e as demais palavras em letras minúsculas já é suficiente para perceber que não se trata de uma mensagem oficial. O serviço PJe Push realmente existe e o que ele faz pode ser conhecido neste link. Basicamente, envia mensagens aos e-mails cadastrados e relacionados a um ou mais processos que correm naquela instituição.
Este é mais um golpe para causar prejuízos aos mais incautos. A criatividade dos sanguessugas não tem limite, apesar dos crimes que cometem, inclusive por usar o nome de uma instituição oficial.
Então, fica a dica: correspondência de um remetente de Minas Gerais com sede no Pará, alegando que você tem ligação com um processo trabalhista que corre em São Paulo é golpe. E o autor é um idiota!
Mais um
E eis que no mesmo dia, recebo um outro e-mail, oriundo de [email protected], mas com a mesma intenção. Desta vez, o signatário seria uma tal Maria Adv. A mensagem foi automaticamente transferida para a caixa de spam.
A mensagem não tem assinatura, e o texto se refere ao suposto processo trabalhista “da ex colaborador (?).“, também sem citar o nome da pessoa. Pegadinha, claro.
Além dos cuidados que devemos tomar pessoalmente, o uso de um bom antivírus é fundamental!
