Estadão denuncia agressão com exagero

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    A repórter Naíne Carvalho, da TV Amazônica, afiliada da Rede Globo, levou um soco na cabeça durante um link ao vivo na manhã desta sexta-feira, 12. Durante a reportagem para o jornal matinal Bom Dia Amazonas, um homem a surpreendeu na rua.

    A jornalista não percebeu a aproximação do homem durante o link ao vivo. No vídeo, é possível ver o indivíduo se aproximando e dando dois socos na cabeça de Naíne, que pareceu abalada com a situação.

    A repórter se assustou e se afastou do vídeo. Em seguida, ela pediu desculpas ao apresentador Breno Cabral, que demonstrou revolta com a situação, que aconteceu com um morador de rua. Depois, ao ser questionada se estava bem, ela relatou o ocorrido.

    “Está tudo bem. Como você disse, foi um grande susto. A gente está concentrado aqui, levando informação séria e, de repente, acaba sendo abordado. Nunca passei por essa situação e, na hora, a gente nem sabe como reagir. Mas está tudo bem, sim”, comentou.

    Analisando a notícia

    Começo pela manchete sensacionalista do Estadão: repórter leva soco? Claro, a intenção é fazer alarde, chamar atenção e, se possível, acusar alguém. Para saber exatamente como aconteceu, é importante assistir ao vídeo (a imagem está invertida):

    Como se pode ver, os “socos” do “agressor” não foram violentos como a matéria pretende nos fazer entender. Sim, nem por isso deixam de ser uma agressão de alguém que provavelmente quis demonstrar seu repúdio à imprensa, talvez especificamente contra a Rede Globo e todos os que a representam. No entanto, socos como esses são vistos até entre familiares que se amam, durante uma reunião trivial, seja como repreensão de um pai que reage à falta de educação de um filho, seja entre irmãos que torcem por times rivais ou por diferentes posicionamentos políticos. Nem por isso se tornam matéria de jornais.

    Outro detalhe é a classificação do agressor como “morador de rua”. No que o redator da notícia se baseou para classificá-lo desta forma? Teria sido pelas roupas? Pela falta de calçados?

    A repórter Naíne “pareceu abalada com a situação“? No julgamento de quem? Ela se assustou, é verdade, como qualquer pessoa se assustaria, porém, não saiu ferida, não caiu, não desmaiou, nem valorizou tanto o fato quanto o militante do Estadão quis fazer. Ao contrário, fez uma declaração tranquila relatando que foi abordada e levou um susto, não disse que foi agredida.

    Conclusão: com a drástica redução do número de assinantes e, consequentemente, com a estrondosa queda nas vendas de jornais impressos, os veículos tradicionais estão apelando para o sensacionalismo como artimanha para atrair leitores em suas versões digitais. Como resultado, mentem, enganam e, assim, vão perdendo a credibilidade. É um círculo vicioso.

    Nos dias atuais ainda temos que agradecer por não ser pior. A manchete poderia ser: MORADOR DE RUA FOGE DEPOIS DE SOCAR REPÓRTER DE FILIADA DA GLOBO.

    Sugestão aos “jornazistes”: procurem um emprego honesto!

     

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