Vergonha, alheia ou de mim mesmo?6 minutos de leitura

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Muito comum nos dias atuais, a expressão “vergonha alheia” não entrou no meu vocabulário… até hoje. E não sei se é exatamente isso o que sinto, ou se é vergonha de mim mesmo por não reagir de forma natural, de acordo com o sentimento que se expande em minhas entranhas ao assistir o que está acontecendo em nosso país.

Segundo o dicionário, vergonha alheia é o “Sentimento de vergonha, de constrangimento que alguém sente em relação ao comportamento de outra pessoa; ação de se sentir envergonhado por uma ação cometida por outra pessoa“. A dificuldade começa em identificar uma entre tantas pessoas com ampla exposição na mídia, responsáveis por atitudes e palavras que causam nojo a quem tem consciência de que os problemas que pedem solução têm escopo nacional, afetam milhões, não são picuinhas pessoais que possam ser resolvidas com bate-bocas, trocas de ofensas e acusações infundadas, ou com decisões autoritárias de quem se acredita dono do Brasil.

A pequenez dessas pessoas é chocante! Parecem crianças mimadas que se jogam no chão aos berros, exigindo que seus pais realizem seus desejos a qualquer custo, o que, se for atendido, será como endossar um certificado de incompetência como educadores daquela criaturinha mimada.

Quem nota esse tipo de comportamento, sem paixões, percebe que tais atitudes são absurdas e ridículas, por mais que os atores queiram demonstrar verdadeira importância aos seus motivos. Tudo não passa de reações raivosas às suas frustrações, devido à sua incapacidade de se projetar por valores ou qualidades notáveis. São apelações, no pior sentido da palavra: “ato de pedir ajuda ou proteção face a um perigo ou dificuldade“. Ou seja, birra. Traduzindo: se você não fizer o que eu quero, eu faço escândalo e você vai passar vergonha na frente dos outros.

Um exemplo gritante (bem gritante, aliás) é o senador Randolfe Rodrigues, que arrumou uma cadeira cativa no STF e todos os dias envia um pedido novo ao ministro Alexandre de Moraes com o intuito de atormentar quem está levando a vida normalmente, longe do cenário político.

Foi o caso dos empresários por ele “denunciados” por, supostamente, estarem preparando um golpe, num grupo de WhatsApp, para impedir que Lula volte à Presidência da República.

É evidente que esse argumento foi produzido – maldosamente – apenas para atingir o atual Presidente, candidato à reeleição. E, pior, foi acatado pelo ministro Alexandre de Moraes, que ordenou a busca e apreensão de bens, a suspensão das contas dos empresários nas redes sociais e o bloqueio de suas contas bancárias, apenas porque Randolfe pediu!

Que vergonha… Vergonha da atitude baixa de Ranfolfe Rodrigues; vergonha da reação do ministro do STF que fez questão de colocar empresários sérios sob os holofotes da imprensa, contrariando, inclusive, a lei que proíbe até a exibição pública de imagens de bandidos de alta periculosidade.

Os dois Brasis

O governo do PT, ao longo de quatorze anos (2003 a 2016), promoveu a separação de classes, como manda a cartilha de Lênin, porque uma população dividida se enfraquece, ou se auto destrói. O resultado disso é visto hoje com a polarização que coloca apenas dois candidatos em condições de vencer a próxima eleição, definida por alguns como a batalha do bem contra o mal (ou do mal contra o bem, tanto faz). Hoje o país está dividido.

Já na Argentina, foi atribuída a um brasileiro a tentativa de assassinato da vice-presidente Cristina Kirchner (foto abaixo), o que só não aconteceu – dizem – por causa de uma falha da arma, ou da munição, ou do atirador.

Segundo o ex-deputado federal Roberto Jefferson, em entrevista ao programa Linha de Frente da Jovem Pan, a vice-presidente argentina está “imitando” Evita Perón, simulando atentados para ganhar a simpatia do povo. Não tenho posição a respeito, mas num vídeo que vem circulando no WhatsApp um sujeito cujo nome não consegui entender alega que a pistola era de água e que tudo não passou de uma farsa. Deixo a avaliação por conta dos leitores.

E se fosse verdade?

Voltando ao Brasil, fico imaginando o que aconteceria se, de fato, ocorresse uma ruptura e nos transformássemos em dois países, um conservador (chamado “de direita”) e um progressista (chamado “de esquerda”), sendo permitido a cada pessoa que escolhesse seu país de preferência. Evidentemente, isso jamais seria possível na prática, até porque, além de inconstitucional, seria injusto. Vale, entretanto, para praticarmos uma reflexão:
Certamente, os estados do Sul e Sudeste – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, e talvez Minas Gerais e Espírito Santo – procurariam garantir sua independência, uma vez que concentram as maiores fontes de riqueza, deixando todo o restante do território nacional à outra parte. Pergunto: Que regime de governo prevaleceria nessa região? Qual dos lados registraria o maior número de evasões?

Na verdade, essa divisão (e qualquer outra) não é interessante para o Brasil, e nem para os brasileiros. O Brasil é o que é pelo seu todo, por sua heterogenia, por suas diversidades, que se completam. E assim deveria entender o povo. Todos precisamos uns dos outros. Talvez estivéssemos melhor se não tivéssemos os políticos que promovem nossa divisão! Fomentar o ódio é mais feio que jogar lixo nas ruas, mais feio que xingar a mãe do coleguinha, e, infelizmente, isso não foi ensinado aos que se consideram melhores que seus semelhantes. Quando nossas vidas acabam, nos tornamos mais iguais que nunca, levando conosco apenas aquilo que trouxemos ao nascer: nada.

Não nos entreguemos à mentira

Nossos olhos e ouvidos são as portas de entrada de todo o conhecimento. Devemos usá-los sem parcimônia e absorver o máximo de informações para não sermos ludibriados. Independentemente de nossas preferências e convicções, devemos pesquisar sobre elas, checá-las, compará-las, buscar provas que as tornem irrefutáveis, e só então acreditar que são verdadeiras, lembrando-nos de que, hoje, quase tudo que é publicado é mentira.

Nota de esclarecimento: a referência “gazela saltitante” associada ao senador Randolfe Rodrigues não é de minha autoria. Basta pesquisar no Google para ver várias citações sobre isso. Talvez se deva a um twit de Carlos Bolsonaro mostrando um vídeo.

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