Alô, Polícias e governantes!4 minutos de leitura

0
108

A moda pegou. Praticar crimes cibernéticos tem a garantia da impunidade, pelo menos no Brasil, não importa quão embasada seja a denúncia.

A dificuldade começa quando você busca alguma entidade que supostamente tomaria as providências necessárias para deter os bandidos. A primeira que nos ocorre é uma delegacia de Polícia local que 1) não tem recursos para seguir as pistas, e 2) não alcança a localidade onde o crime foi praticado (geralmente em outro Estado ou país), e portanto pode, no máximo, registrar um boletim de ocorrência para você emoldurar e pendurar na parede.

Então, você parte para uma pesquisa na internet, onde – imagina-se – qualquer coisa pode ser encontrada, e descobre que é possível registrar uma denúncia em tempo real. Será mesmo?

O site indicado, para o Estado de São Paulo, é o www.webdenuncia.org.br. As opções oferecidas são:

Ganha um doce quem encontrar a opção “crime cibernético” ou coisa parecida. Se ligar para o 181 – Disque Denúncia – não é diferente.

Ora, se não há seguimento do B.O. registrado na delegacia local e não existe opção para uma denúncia no âmbito estadual, resta-nos apelar para a Polícia Federal, já que o autor do crime, conforme dados obtidos em pesquisa, é de outro Estado, certo? Errado. A PF alega que não cabe a ela cuidar desse assunto e recomenda que você procure a delegacia local.

Aí você pensa: se o Chapolin Colorado não existe mais, quem poderá me ajudar?

Bem, o ministro Edson Fachin proibiu a Polícia de entrar nas comunidades do Rio de Janeiro para combater o crime, e, como mostra o vídeo abaixo, sem indícios de prova as Polícias não podem abordar suspeitos. Em resumo: o crime está liberado.

Estudo de caso

Minha esposa recebeu uma mensagem via WhatsApp de alguém se passando pela filha dela. A tela mostrava até a foto da moça, mas com um número de celular falso. A mensagem seguia o padrão desse tipo de golpe, alegando que ela havia trocado o número da linha e estava com um problema, precisava pagar uma dívida, mas sua senha foi bloqueada devido aos sucessivos erros de informação. Já sabendo que isso tem sido muito comum, minha esposa continuou a conversa, pedindo os dados para o envio do dinheiro.

Evidentemente, a pessoa identificada não era a autora do golpe. Certamente teve seus dados roubados ou foi aliciada pelo(a) criminoso(a), talvez empolgada com a possibilidade de receber uns trocados. Afinal, Iasmin de Jesus Cruz Amaral aparece numa lista de pessoas favorecidas por um programa de ajuda de Goiás, como mostra a imagem abaixo:

O número de telefone que aparece na tela é de São Paulo, não tem nada a ver com Goiânia (DDD 62).

Graças ao conhecimento de fatos semelhantes, minha esposa não se deixou levar pelo apelo feito em nome de sua filha e por isso não perdeu R$ 3.478,00, mas e os outros que estão na lista de contatos do celular invadido, de onde tiraram a foto de perfil e a informação de parentesco?

Alô, Polícias e governantes!

Bandido não paga imposto, não produz, não gera emprego, mas tem a proteção que nós não temos; possui armas, usa as redes sociais para extorquir dinheiro alheio e não há um ministro sequer que se preocupe em bloqueá-las para esse uso. Estamos à mercê dos criminosos que seguem impunes, rindo de nós, enquanto os representantes dos Três Poderes ficam se alfinetando por picuinhas!

Até quando seremos tratados feito cães abandonados?

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Como você achou esse post útil...

Sigam nossas mídias sociais

Lamentamos que este post não tenha sido útil para você!

Vamos melhorar este post!

Diga-nos, como podemos melhorar este post?