2022 está chegando. E daí?5 minutos de leitura

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E eis que chegamos ao fim de 2021, depois de dois anos em que – ao contrário do filme de Peter Hyams, “2010 – o ano em que faremos contato”, de 1984 – não tivemos contato nem com nossos entes mais queridos, graças à pandemia que começou em 2019.

O século XXI, aliás, tem se mostrado bem diferente de outros tempos que conhecemos, quando tínhamos noção de valores importantes, como o respeito, por exemplo, que muita gente cobra desrespeitando os outros. Há exceções, é verdade, como a do secretário nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciuncula, que entrou em uma grande discussão nas redes sociais após a divulgação da campanha feita pela empresa Posten (equivalente aos Correios), da Noruega, criadora do Papai Noel gay. Ele ameaça entrar com uma notícia-crime contra veículos que divulgarem a imagem do “bom velhinho” beijando outro homem na boca.

O fato é que ninguém tem nada contra ou a favor das preferências sexuais de quem quer que seja, mas, assim como héteros não expõem suas intimidades em público – porque não precisam provar nada ou provocar alguém –, os homossexuais também poderiam mantê-las entre quatro paredes. E assim seriam respeitados. Isso não representa homofobia, apenas corrige – ou deveria corrigir – um comportamento acintoso e desnecessário dos que acreditam que poderão anular a sexualidade dos que convivem prazerosamente com o que receberam ao nascer. Afinal, a Constituição Federal define em seu Art. 5º que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Ademais, essa deformação da imagem de Papai Noel ofende princípios cristãos, já que sabemos que o velhinho é, originalmente para os católicos, São Nicolau. Seria igualmente ridículo e impróprio mostrá-lo com o corpo bombado, pegando umas menininhas.

Infelizmente, algumas pessoas perderam o bom senso e praticam a canalhice como hábito comum, excedem-se, desrespeitando seus limites e o dos outros, não querem saber se estão incomodando, acham-se no direito de fazer o que bem entendem, desconhecem empatia. Parecem fazer questão de ofender, humilhar, machucar, desafiar, provocar, como se isso as tornasse melhores. E não, não as torna. Ao contrário, passam a ser vistas como marginais, o que lhes dá “motivos” para iniciar o chororô, dizendo-se menosprezados.

A radicalização não se restringe à sexualidade, vai muito além. São os motoqueiros se exibindo nas ruas, colocando outras pessoas em risco; os que ligam o som no máximo volume, como se quisessem estourar os tímpanos dos vizinhos; os que atravessam fora da faixa de pedestres ignorando os carros porque se julgam reis; os que fingem dormir quando veem um(a) idoso(a) entrando num ônibus lotado, e mais um bocado de coisas.

Tenho consciência de que não conseguiremos convencer essas pessoas de quão melhor era viver antigamente. Para elas, os “velhos” são chatos e egoístas, embora vivam à sombra deles, pedindo-lhes o que são incapazes de conquistar por si mesmos. São mimados, e a culpa vem dos pais, quiçá dos avós… Acham-se donos da verdade, adoram julgar, mas não aceitam qualquer tipo de julgamento ou mesmo orientação. O que nos leva à conclusão de que quem não aceita orientação é desorientado.

Apegam-se a picuinhas sem sentido, inventam motivos para se queixar de tudo. Por exemplo: aprendemos que na Língua Portuguesa quando usamos na mesma frase o masculino e o feminino, no plural predomina o masculino, considerando ambos os sexos. Porém, agora fazem questão de referenciar brasileiros e brasileiras, os meus amigos e minhas amigas… Isso quando não pioram um pouco mais e exigem a neutralidade, “es minhes amigues“. Ridículos.

Cada um tem o direito de ser e de escolher o que quiser, mas nenhum de nós tem o direito de exigir que os outros sejam iguais ou de se colocar acima dos demais. Agindo assim não conseguem respeito de ninguém, e mostram que não respeitam a si próprios.

Campanhas de apoio aos grupos de LGBTT2QQIAAP (que começou apenas com GLS) ou à consciência negra, para citar apenas dois exemplos, inundam os intervalos da programação de tevê em períodos restritos, próximos às datas comemorativas. E o resto do ano? Esses grupos voltam a ser desrespeitados ou são tratados da mesma maneira todos os dias, independentemente da época?

A verdade que querem esconder é que em todos esses grupos, e também entre brancos, amarelos, vermelhos ou azuis, assim como entre os héteros, há os que se sobressaem e os que permanecem no anonimato por toda a vida. Exigir que os anônimos sejam reconhecidos e admirados por valores que não possuem é uma enorme hipocrisia e uma ilusão descabida.

E mais: nenhum de nós é totalmente puro, somos fruto da miscigenação, e por dentro somos iguais.

Estamos perdendo tempo (a única coisa que não podemos recuperar) com frescuras. Quero voltar ao mundo onde nasci e abraçar a todos sem qualquer discriminação, com exceção de alguns que não me representam no cenário político e, por falta de ideias inteligentes, ficam criando essas besteiras.

Há coisas bem mais interessantes e importantes para serem cuidadas. Fica a dica para essas frágeis criaturas que se julgam o centro das atenções as únicas vítimas no cenário mundial: vão trabalhar, fazer alguma coisa útil para melhorar o mundo!

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